Missas na hora do almoço atraem trabalhadores às igrejas

Antes, o alimento do espírito. Depois, a refeição para sustentar o corpo. É assim a receita de muitos católicos que trabalham no Centro e aproveitam a hora do almoço para assistir a missas na Igreja Nossa Senhora do Rosário e no Santuário Nossa Senhora do Carmo.

Para não prejudicar o horário dos trabalhadores, as celebrações da Eucaristia são enxutas. Não passam de 30 minutos. Esse formato permite que muitos fiéis participem diariamente das cerimônias.

A funcionária pública Noélia Barbosa Gilberto, de 57 anos, acompanha há quase seis anos a missa das 12h30 na Igreja do Carmo, em frente da Praça Barão do Rio Branco. Faça sol ou chuva. Além disso, ajuda a arrumar o altar e faz outros pequenos serviços. Criada em família com tradições religiosas, ela conta que não é um esforço ir à igreja diariamente. "Deus dá sempre força a quem tem o coração aberto".

Assistir a missa de segunda a sexta-feira faz parte, também, da rotina do empresário Otávio Eduardo Antunes, de 63 anos. Ele considera que ouvir a palavra do Senhor é tão importante quanto fazer as refeições. "Esse tempo que fico aqui é, para mim, uma higiene mental e espiritual, principalmente".

Quem não pode ir diariamente, também não perde a oportunidade de orar e comungar uma ou duas vezes por semana, antes de almoçar. É o caso da vendedora Solange de Jesus Araújo dos Santos, de 41 anos, que frequenta a Igreja do Rosário. Moradora de Cubatão, ela está sempre às segundas e terças no Centro. "Me dá uma paz espiritual ir à missa. Não posso deixar de ir". Mesmo sem horário de almoço definido, o classificador de café Claudio Santana Martins, de 48 anos, sempre faz questão de ir ao templo para fazer preces e assistir à missa. "Sempre que posso, vou. É muito importante para mim esse tempo aqui dentro".

Quem não pode ir na hora do almoço, chega mais cedo no Centro, antes de bater o cartão no trabalho. O Santuário Nossa Senhora do Carmo é a única igreja que realiza diariamente missas às 7h30, exceto aos sábados e domingos.

"É ótimo o horário para mim", afirmou o gerente de despachos aduaneiros, Paulo Sérgio Siqueira, de 59 anos. Há seis meses, desde que começou a trabalhar na região central, ele não abre mão de participar das celebrações. Diz ele: "minha paz de espírito se renova quando acompanho a missa".

Segundo o frei Lino de Oliveira, do Santuário Nossa Senhora do Carmo, o público é muito rotativo. "Há dias em que temos mais mulheres assistindo. Em outros, os homens são maioria".

Segundo o religioso, não faria sentido se os horários das missas não seguissem o ritmo das pessoas que trabalham naquela região da Cidade . "Não há motivo para mudar. Por isso, desde que estou aqui, sempre dei continuidade".

Fonte: matéria publicada em A Tribuna.com.br

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