Tratado Devoção da Santíssima Virgem
Postado por Santuário de Nossa Senhora do Carmo e Adoração Perpétua do Carmo às 07:33
"NÓS PERTENCEMOS A JESUS E A MARIA NA QUALIDADE DE ESCRAVOS."
Observamos que há três tipos de escravidão, sendo estas:
Escravidão natural( toda a criatura é escrava de Deus);
Escravidão imposta ( os réprobos e demônios);
Escravidão voluntária ( os santos e justos).
O termo escravidão a principio é polemico, haja vista primamos pela liberdade, no entanto é faz-se necessário lembrar a qualidade de pertença no contexto de São Luís , em meados do século XVIII (servos de gleba) possuíam contrato como servidores, exigiam honorários por seus préstimos e habilidades, não tendo o seu senhor direito algum sobre sua vida e morte, diferentemente dos escravos que não possuíam qualquer regalia ou reconhecimento por seus serviços, considerados como propriedades dos seus senhores,
Contudo é importante salientar que a escravidão voluntária é mais perfeita das devoções, por renunciamos aos direitos que entendemos obter e entrega-nos inteiramente a vontade de Deus, desta forma fazer-nos escravos de Deus pela devoção a Nossa Senhora, nos coloca totalmente rendidos e entregues, inteiramente pertencentes a Virgem Santíssima disse "eis aqui a serva do Senhor" ( Lucas 1, 38) e Jesus, "esvaziou-se a si mesmo, tomando a forma de servo, fazendo-se semelhante aos homens (Filipenses 2.7).
Partindo deste contexto, cabe-nos afirmar que somente nos colocando disponíveis e na condição de " escravos voluntários", para adentrarmos os mistérios vivenciados por todos aqueles que nos antecederam e tornaram-se os Santos de Deus.
NÓS DEVEMOS ESVAZIAR-NOS DO QUE HÁ DE MAU EM NÓS
Fica aqui entendido a dimensão e aprofundamento desta verdadeira devoção, ou seja, colocar nas mãos de Nossa Senhora, nossos sentidos, pensamentos, nosso falar, nosso caminhar, nossos sonhos, e nosso agir, para que Maria conduza conforme a vontade de Deus , de tal forma, que tudo o que somos seja inteiramente de Jesus.
O desejo de um ser o escraviza no auge de sua interioridade, a grandeza de tê-lo superado é ainda maior do que tê-lo possuído, é neste sentido, que devemos renunciar as praticas interiores e exteriores, esvaziando-nos de tudo que é corrompido, e aprendamos a vivenciar a liberdade da escravidão voluntária, desta forma mergulharemos todos (as ) nas profundezas do Espírito de Deus.