O mal ou o bem é o que sai da boca do homem

O homem, que cada vez conhece e se beneficia da tecnologia. Chega-se à Lua ou a Marte com facilidade. Desvenda-se o interior do DNA, seja da formiga, do amarelinho da laranja ou do ser humano num piscar de olhos. Com os novos meios de comunicação, num clique pode-se dar a volta ao mundo. As coisas acontecem em tempo real. As guerras acompanho na comodidade da minha casa. Bom? Muito bom. Sem o progresso, o homem estaria vivendo em cavernas, sob as condições adversas da natureza.

Entretanto, todo este avanço não levou o homem a um melhor encontro consigo mesmo. Se ele conhece bem a superfície da Lua, muitas vezes não chega a entender o que se passa dentro dele mesmo.

Conta-nos a Bíblia que Jesus, antes de iniciar sua missão junto às pessoas, dirigiu-se até o deserto, passando nele 40 dias. Buscou silêncio, buscou solidão, buscou estar em sintonia consigo mesmo. Saiu do lugar mais fortalecido. Pronto para entrar em contato com a interioridade do outro porque conhece a sua. Os demônios interiores de outro não lhe eram estranhos.

No meio de tanto barulho, Jesus mostra que é imprescindível a busca de nossa essência. Não adianta uma comunicação direta com Marte, com Júpiter, se eu não me comunico com quem está ao meu lado. A causa maior da barbárie, da intolerância, do estado de guerra é exatamente esta falta de empatia entre as pessoas. Do que o homem mais precisa não está fora dele e sim nele mesmo. Uma atitude corajosa como a de Jesus poderia muito ajudar a humanidades nestes tempos.

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O Carmelita

1 Comment:

  1. Ariane Zoby said...
    O uso excessivo dos sites de relacionamento é prova da dificuldade humana de se relacionar primeiro consigo mesmo e, depois, com o outro. Comunicamo-nos com o mundo, mas estamos isolados e protegidos deste por uma tela de computador. Essa conexão solidão/pc/mundo nos propicia fugir de nosso eu interior e, consequentemente, de nossas sombras.
    Teclamos com qualquer um, em qualquer lugar do planeta; sem contato físico, sem olho no olho, sem o toque. Por outro lado, não estamos disponíveis para nós mesmos, uma vez que estamos em comunicação virtual com o outro.

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